top of page

SIGA

Emma Swan (Jennifer Morrison) - O Poder da Escolha


Ontem, dia 28 de fevereiro, a Jennifer deu RT em um tweet que mandaram para ela sobre um texto que fala sobre a Emma Swan (personagem dela em Once Upon A Time) escrito por @nerdygirlnotes. Eu achei o texto muito muito muito bom e muito interessante e resolvi postá-lo para vocês. O texto foi traduzido pela página Captain Swan Brasil. Não mais uma garota perdida: Emma Swan e o Poder da escolha

“Eu não pedi por isso. Eu não quero!”

Quando a Emma disse essas palavras no episódio “The Stranger” da primeira temporada de Once Upon a Time, ela estava falando sobre seu papel como Salvadora de todos os habitantes amaldiçoados de Storybrooke. No entanto, ela poderia estar falando da maioria dos eventos em sua vida até – e seguindo – aquele ponto. A Emma é uma personagem que foi definida pelas coisas que aconteceram com ela. Ela é uma mulher ativa cuja real maldição é a forma que os outros tão constantemente a tarjaram de passiva, despindo-lhe a habilidade de escolher seu próprio caminho. Mas se a tragédia da Emma é a falta de decisão que lhe foi concedida durante os primeiros 28 anos de sua vida, a sua jornada para seu próprio final feliz é uma jornada para finalmente poder escolher como ela quer que esse final feliz seja.

Mesmo antes de nascer Emma já foi vitima das circunstâncias. Ela estava destinada a ser a Salvadora porque era o fruto do amor verdadeiro da Snow White e do Prince Charming. E quando nasceu seus pais tiveram que tomar uma decisão que nenhum pai jamais deveria ter que tomar: ficar com sua filha, sabendo que ela seria amaldiçoada junto deles ou mandá-la para um mundo desconhecido sem eles porque a concederia a sua melhor chance de se tornar a Salvadora que um dia ela precisaria ser. Era uma decisão impossível, e a Snow e o Charming não podem ser culpados pela decisão que tomaram. No entanto, suas boas e amorosas decisões ainda significaram que a Emma cresceu sozinha por causa da decisão de outra pessoa. Rumplestiltskin escolheu criar a maldição, Regina escolheu lançá-la e a Snow e o Charming escolheram salvar a Emma da mesma mandando-a através do portal. A única sem uma escolha real na questão foi a pessoa que poderia ser mais afetada por ela – a bebê Emma.

Pouco sabiam Snow e Charming que Emma não teria que crescer sozinha. O Pinóquio também foi enviado através do portal, mas ele foi incumbido de uma tarefa muito difícil para uma criança tão pequena aguentar: cuidar da Salvadora. Como a Snow e o Charming, Pinóquio (que mais tarde conhecemos como August) foi confrontado com escolhas que nenhuma pessoa em sua situação deveria ter que enfrentar: lutar para cuidar de um bebê quando ele mesmo era apenas uma criança ou escapar sozinho. Não deveria ser surpresa para ninguém que ele escolheu a segunda opção.

A história dos anos de formação da Emma Swan é uma história de pessoas escolhendo deixá-la, incluindo seus primeiros pais adotivos, que decidiram mandá-la de volta para o sistema de adoção quando eles começaram a formar sua própria família. A Emma cresceu acreditando que foi abandonada por seus pais e subsequentemente por qualquer pessoa que chegasse perto de se importar com ela. Ela era impotente em impedir que as pessoas a deixassem para trás, completamente desprovida do controle de sua própria vida. Ela era – de tantas formas – uma garota perdida.

E então ela conheceu um menino perdido.

No episódio da segunda temporada “Tallahassee”, vemos a Emma escolher abrir seu coração para o Neal, um espírito similar e a primeira pessoa desde a sua família adotiva original com quem a Emma pareceu encontrar um aparente lar. Sem o conhecimento de ambos na época, Neal tinha mais em comum com ela do que apenas ser um jovem ladrão sem uma família. Ambos eram da Floresta Encantada, ambos foram abandonados por seus pais e ambos eram crianças machucadas pelo preço da magia. A diferença entre o Neal e Emma foi que na história do Neal – a história do Bealfire – foi uma ação, uma escolha. Baelfire escolher ir para uma terra sem magia, e ele escolheu ir para Neverland no lugar dos Darlings. Elas podem não ter sido escolhas fáceis, mas ele ainda foi capaz de fazê-las.

No final, o Neal escolheu novamente e a Emma foi deixada sem poder. Quando confrontado com a verdade do August sobre a identidade da Emma e o papel dela como Salvadora, Neal escolheu acreditar no August que disse não haver outra forma para a Emma quebrar a maldição do que mandá-la para a cadeia. Nas próprias palavras da Emma no episódio da segunda temporada “Manhattan”:

“Você me deixou ir pra cadeia porque o Pinóquio te mandou?”

E assim, a Emma acabou na prisão porque dois homens não puderam pensar em uma maneira melhor para fazê-la cumprir seu destino no qual ela não tinha nenhum escolha. Sem nenhum aviso ou discussão, ela foi levada a crer que o homem que a amava não a amava de verdade e a deixou cair por ele. A Emma viu seu destino com um castigo por escolher abrir seu coração para alguém, quando na verdade era uma reação de algo que ela nunca escolheu – sua real identidade e seu papel como Salvadora. O Neal até disse para a Emma em “Manhattan” que se ele soubesse desde o inicio quem ela era “Eu não teria chegado perto de você”. A verdadeira identidade da Emma – uma identidade que ela não conheceria ainda por mais uma década – deveria refletir seu poder de restaurar os finais felizes. No entanto, foi a razão de seu final feliz ter sido tirado dela sem que ela pudesse dizer nada. O seu futuro poder como Salvadora foi a coisa que mais assustou um homem que realmente a amava e o fez deixá-la sem poder novamente, presa em uma cela.

Tomar a decisão de mandar a Emma pra cadeia não apenas alterou a vida dela sem sua opinião, mas alterou também a vida que ninguém esperava que ela estivesse carregando. Como os seus pais fizeram antes dela, a Emma tinha a escolha de ficar com o Henry mas ao mesmo tempo não tinha essa opção. Ela sabia que não podia ser uma mãe dada a suas circunstâncias atuais, então ela desistiu do Henry sem ao menos segurá-lo. Como amar o Neal, entregar o Henry foi uma escolha que a Emma fez que não levou à alegria e sim a uma coração partido. Foi mais um tijolo na parede que a Emma construiu ao redor de seu coração para evitar que ela escolhe-se o amor novamente.

Essa parede começou a se desfazer quando o Henry apareceu em sua porta no episódio piloto da série. Ao escolher deixar o Henry entrar em seu apartamento, Emma teve a primeira tentativa de caminhar para frente e deixar alguém entrar em seu coração pela primeira vez depois que o Neal a abandonou. Pouco a pouco, a Emma começou a escolher se abrir para os outros – para o Henry, para a Mary Margaret e então para o Graham. O Graham não a deu escolha quando a beijou pela primeira vez, mas ele certamente a deu a escolha da segunda vez – e a Emma foi em frente. Mas essa escolha novamente levou à tragédia, já que momentos depois o Graham morreu em seus braços. Parecia ser uma regra na vida da Emma: Decidir se abrir para o amor só traria dor.

Até o Henry impediu a Emma de fazer suas próprias escolhas para que ela pudesse cumprir seu destino. O Henry comeu a torta de maçã que ele sabia que o colocaria numa maldição do sono porque ele queria fazer a Emma acreditar. A Emma teve que suportar a dor de ver seu filho morrer porque alguém mais uma vez decidiu agir por ela – mesmo que tenha sido em seu melhor interesse, mesmo que tenha sido por amor.

Por fim, foi a Emma escolhendo amar o Henry que quebrou a maldição. O beijo de amor verdadeiro só funciona se ambas as pessoas ativamente escolherem amar uma à outra, e a Emma escolheu amar seu filho com força suficiente para quebrar ambas as maldições, a do sono e a de Storybrooke.

Emma escolheu amar o Henry, mas ela ainda não escolheu ser a Salvadora. Ela ainda se via como uma garota perdida; ela ainda era uma mulher cuja vida era determinada por forças fora de seu controle. Através da segunda e da terceira temporadas a Emma raramente pôde escolher felicidade pra si mesma – escolhas precisavam ser feitas para o bem maior ao invés disso. Ela também perdeu o Henry por um tempo porque ele escolheu dar seu coração para o Peter Pan, e ela quase perdeu sua mãe e pai porque a Snow escolheu ficar em Neverland com o Charming antes da cura de seu envenenamento ter sido encontrado.

É por isso que a declaração da Emma, “Eu sou uma mãe”, na estreia da terceira temporada foi tão importante – representou uma escolha ativa que ela fez para definir a si mesma em algo sobre o que ela teria controle. Foi a sua forma de escolher viver o conselho que ela deu à Ashley no episódio da primeira temporada “The Price of Gold”.

“As pessoas vão te dizer quem você é sua vida inteira. Você só tem que bater de volta e dizer ‘Não, essa é quem eu sou’. Você quer que as pessoas te olhem de forma diferente? Faça-as. Você quer mudar as coisas? Você terá que ir em frente e mudá-las você mesma porque não há fadas madrinhas neste mundo.”

Embora sua família ainda a veja como a Salvadora, a Emma finalmente teve a chance de se definir. Em Neverland, Emma começou a se mover além de se ver como uma garota perdida; ela começou a escolher forjar seu próprio caminho ao invés de depender naquele colocado em sua frente desde o dia que a maldição foi lançada. Ela escolheu liderar não porque ela é a Salvadora, mas porque ela queria encontrar seu filho. Não é sobre obrigação ou se sentir impotente em frente a seu papel predestinado; é a sua forma de reivindicar seu próprio poder em seus próprios termos.

Emma também começou a reivindicar seu próprio poder em sua vida romântica em Neverland. Então muitas das relações da Emma com homens a deixaram impotente, mas em Neverland ela começou a ver que tinha um homem que estava lhe concedendo tanto poder quanto ela quisesse – e era o Hook. O primeiro beijo deles aconteceu porque a Emma escolheu não fugir dos flertes dele e ao invés disso escolheu aproveitar o momento onde ela se sentiu realmente poderosa. O Hook pode ter deixado claro que queria beijar a Emma, mas foi ela que o beijou. Ela também escolheu se afastar e ele respeitou aquela decisão.

A relação do Hook com a Emma é diferente de qualquer outra que a vimos engajar até esse ponto. Ele a concede todo o poder, deixando claro seus sentimentos, mas dando pra ela o espaço que ela precisa pra escolher por si mesma se ela quer ou não responder à esses sentimentos. Quando Emma beijou o Hook, ela escolheu algo não porque fosse para o bem maior, mas porque ela simplesmente estava “se sentindo bem”. Ela escolheu a felicidade para si mesma naquele momento; ela escolheu ser uma mulher de ação.

Na primeira metade da terceira temporada, Emma estava fazendo grandes avanços em direção a escolher seu próprio caminho e escolher aceitar o amor mesmo depois de tantos anos sofrendo toda vez que ela escolheu abrir seu coração. Neal e Hook deram o espaço que ela precisava para entender seus sentimentos para com ambos. Até seu pai a ajudou a descobrir a importância de escolher se focar nos bons momentos ao invés de nos ruins.

Mas não seria Once Upon a Time sem uma reviravolta na história, certo?

Justo quando parecia que a Emma finalmente poderia escolher seu próprio caminho para a felicidade e realização, outra maldição foi lançada para tirar todo o seu poder novamente. Emma e Henry foram forçados a deixar Storybrooke apenas um com o outro, apesar de seu desejo de ficar com aqueles que eles amavam. Até suas memórias de Storybrooke iriam desaparecer. Toda escolha que a Emma fez no caminho de deixar a garota perdida para trás nem seria mais lembrada. Ao invés disso, ela e o Henry receberiam lembranças falsas – felizes, mas falsas. Nessas lembranças, a Emma escolheu ficar com o Henry como seu bebê. Mas na realidade a Emma nunca fez essa escolha. Pode ter levado a uma vida mais feliz com seu filho, mas aquela vida não era real. E se dada a escolha, a Emma é uma mulher que gostaria de algo real.

Na conclusão da metade da temporada, “Going Home”, a vida feliz da Emma e do Henry foi interrompida pelo Hook. Ao contrário do que ela fez com o Henry no piloto,a Emma não escolheu deixá-lo entrar em seu apartamento (e em seu coração). Ela escolheu ao invés disso dar uma joelhada em uma área bem sensível. Mas o Hook sabe que a Emma é o tipo de mulher que preferiria ter todas as opções apresentadas à ela – por mais loucas que elas possam soar – do que viver numa vida que ela não tinha realmente escolhido pra si mesma.

Emma ansiava por um dia de folga de ser a Salvadora, e foi concedido à ela um ano fora de seu destino. A chegada do Hook apresenta uma decisão que a Emma tem que tomar por si mesma: acreditar nele e aceitar seu papel como a Salvadora uma vez mais ou continuar vivendo sua vida com o Henry. O Hook era alguém conectado ao crescente senso de poder da Emma, alguém que a viu como poderosa não porque ela era a Salvadora, mas porque ela era a Emma. Então fez sentido ele ser quem estivesse presente nessa escolha dela. De uma perspectiva de narrativa, tinha que ser o Hook.

Hook pode ser incansável e determinado para que ela se lembre, mas será por fim uma escolha da Emma acreditar nele ou ao menos considerar acreditar. Entretanto, eu acho que nós todos sabemos o que a Emma irá escolher. Ela escolherá acreditar no Hook e retornar para ajudar sua família, mas a coisa importante é que será uma escolha dela dessa vez.

Este é o verdadeiro final feliz da Emma – não mais ser uma garota perdida porque ela escolheu seu próprio caminho. Não importa se a Emma ficar com o Neal, com o Hook, com um personagem que ainda não conhecemos (ou surpreendentemente um que já vimos), ou sem nenhum interesse amoroso. O que importa é que a Emma possa tomar essa decisão. E se ela escolher alguém, o que importa é que ele respeite o direito dela tomar suas próprias decisões sobre a vida dela e a vida deles juntos.

Para uma mulher cuja vida foi tão frequentemente definida pelas escolhas que fizeram por ela, o final mais feliz imaginável é o que ela escolherá para si mesma.

  • Facebook Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • Instagram Clean Grey

POSTS RECENTES: 

PROCURE POR TAGS: 

Nenhum tag.
bottom of page